sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Diarinho

Falta só uma semana para embarcarmos para o Brasil. Ainda tenho tantas coisas para fazer! Eu queria ter feito as malas no fim de semana passado, afinal aqui é inverno e lá é verão, seria barbada. Só que não, não é um processo assim tão simples porque antes de arrumar as malas eu preciso arrumar o meu quarto ( e armário) que está.... um caos! Cadê a fada da arrumação nessas horas? Como sempre, vai acabar ficando tudo para o último dia, como sempre vai ser a maior correria e stress. Ou um milagre acontece e eu consigo me organizar nesse fim de semana. 

(Pausa para eu recuperar o fôlego depois da gargalhada).

Faz meses que ando pensando em presentes bacanas e criativos para levar. Claro que o mais original e entusiasmante só aterrisou na minha cabeça por agora, quando não dá mais tempo para encomendá-lo. Não posso nem dizer o que é porque não quero estragar a surpresa caso esse presente um dia aconteça.

Uma coisa boa: estou treinando para a maratona de Paris em abril. Por enquanto está tudo bem e estou  satisfeita. O duro é sair da cama as 5 da manhã para ir correr nesse frio e no escuro. Hoje, enquanto corria com uma baita lua no céu e um frio de congelar os ossos, cheguei a conclusão de que corredor dever ter algo de masoquista em si. Mas com todo o trabalho que dá, por mais que eu reclame e odeie, no fundo eu AMO correr, me traz uma enorme satisfação. Uma típica relação de amor e ódio. 

São quatro da tarde e já está escuro lá fora. *Suspiros* *Que alívio que eu já corri hoje!*

Para amanhã estou planejando um I Love My London Day (quando eu pego minha câmera e passo o dia perambulando e clicando no centro). Quero registrar os enfeites de Natal. Tomara que saia.  


Essa fotimho foi tirada quando voltei da corridinha. Estava querendo amanhecer.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Onde mora o coração

De onde eu sou?

Eu sou brasileira, gaúcha nascida e "crescida" em Porto Alegre. Igualzinho a letra da música, eu nasci chorando no Moinhos de Vento mas não, nunca andei de bonde ou vi um na minha cidade. Sei que estiveram ali um dia porque em várias ruas de Porto Alegre eu podia ver os trilhos obsoletos como prova. Nunca pulei fogueira mas várias vezes me vesti de prenda, bebi quentão e comi pinhão. 

Ando saudosista e louca de faceira que vou passar umas feriazinhas na minha terrinha. Não vejo a hora de chegar, ver minha família e amigos, comer churrasco e ficar verde de tanto chimarrão. Ah! E considerando que é verão, lembrei daqueles abacaxis docinhos que são vendidos na beira da estrada. Vou comer todos os abacaxis que eu puder. Yum.

Ás vezes é confuso saber onde fica a minha casa. Toda a vez que eu vou para o Brasil de férias (é sempre de férias), digo e sinto "estou indo para casa". Mas aqui também é a minha casa e eu amo isso aqui. Aqui também eu tenho as minhas coisas preferidas, família e amigos queridos. 

E sim, eu amo a minha Londres. Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é literalmente andarilhar pelo centro tirando fotografias, sentar de pub em pub ou café em café (depende do mood) e assistir ao espetáculo que se desenrola. Êta cidade bonita!

Mas voltando à confusão, ao mesmo tempo que chamo tanto Porto Alegre quanto Londres de "casa", não me sinto assim tão em casa em nenhuma. Uma sensação permanente de incompletude. Mas acho que é culpa do coração que está sempre divido entre as duas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pinpoint

Eu e minha irmã numa conversa telefônica:

-Ale, estava tentando lembrar de qual era o meu brinquedo preferido durante a minha infância. Tu que tens memória, me diz, eu tinha algum brinquedo preferido?


-Bah, Claudinha, preferido? - perguntei surpresa - Eu lembro daquele bonequinho de madeira com que tu ameaçavas me bater...

-Ha ha ha! Deste eu também me lembro!

-Lembro que tu tinhas um triciclo laranja e verde, enquanto eu tinha um Bidu azul como bicicleta.

- Sim! Eu lembro daquela motoca laranja! Mas não havia nehum brinquedo em particular que eu gostasse mais do que qualquer outro? Um brinquedo que me fosse super especial?

-Hmmmm... tu tinhas uma boneca Gui-Gui.

-Boneca Gui-Gui??? Não lembro.

-Sim, era uma boneca crespa com cara de louquinha que, quando nós movimentávamos os bracinhos para ela bater palminha, ela inclinava a cabeça de um ombro ao outro, piscava os olhinhos e soltava uma risada histérica.

-Ah! Acho que lembro. Mas não era a minha favorita.

-Nós brincávamos muito juntas, tínhamos vários jogos de tabulareiro, vivíamos na rua. Mas ter brinquedos preferidos, acho que nenhuma de nós tinha um em especial. Não lembro de termos nenhum brinquedo que carregássemos para todos os lados ou que não podíamos viver sem.

-Pois é....

-A não ser que... Claudia, sabe o que eu acho? Eu acho que na verdade nós éramos o brinquedo preferido uma da outra!




terça-feira, 22 de maio de 2012

Mantra

Quero dizer uma coisa super cliche.
Vive.
Curte o momento.
Aproveita a vida.
Agora.
Olha o mundo ao teu redor.
Aqui as árvores estão cheias de folhas verdes e é super gostoso ver o vento movimentá-las para lá e para cá.
Notar as cores vibrantes durante o caminho para casa.
Mesmo no escuro.
Cantar, mesmo sem entonação.
Saber que pelo menos nesse momento, está tudo bem.
Sorrir de verdade.
E como disse Schmitt, otimista não é aquele que acha que está tudo bem o tempo todo, mas sim aquele que apesar de conhecer a dor, não sucumbe a ela.
Ou como me dizia o Lúcio, se a vida te dá limões, faz uma limonada.
Vive agora.
E vai dormir porque já está super tarde e amanhã tens que acordar cedo e ir trabalhar.
:)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Me conta uma história

Eu e minha irmã tínhamos trilhões de gibis. Não sabíamos ainda ler mas “ler” as figurinhas já era muito bom . Gibi da turma da Mônica (viva o Maurício de Souza), Luluzinha (minha personagem preferida: a bruxa Meméia, é claro!), Mickey Mouse, Pato Donald e cia...  Lembro do pai nos lendo gibis antes de dormir. Eu sempre queria mais. Uma vez, pedi para ele ler a última página do gibi. Ele, cansado depois de um longo dia de trabalho, disse que aquilo não era mais a historinha, era a lista de créditos. Porque eu insisti, ele leu. Não é que não tivesse acreditado nele, é que eu queria mais historinha. Eu tenho até hoje essa coisa de que, por mais que eu possua as evidências em neon na minha frente, quem sabe, quem sabe por alguma chancezinha qualquer, o meu desejo se torne magicamente uma realidade? Bem tolinha.

Eu aprendi a ler na primeira série com a cartilha da turma da Mônica. Não só tive a maior sorte de ter a professora perfeita, como também amava aquela cartilha da Mônica. A “tia Glorinha” era linda, carinhosa e super competente. Eu lembro até hoje daquela cartilha e como foi fácil aprender a ler, fazia tanto sentido! Naquele ano eu conquistei a liberdade de ler por mim. Antes de dormir eu lia e relia meus gibis. Em seguida, livrinhos simples.  O primeiro livro que eu lembro de ter lido chamava-se “Nicolau tinha uma idéia” de Mariana Massarani. O livro começa com a idéia de Nicolau que vai adicionando as idéias de João, Maria e de todas as pessoas que compartilham idéias com ele. Na última página, o leitor é convidado a adicionar a sua idéia. A minha idéia era mais histórias, mais livros.

Na segunda série tive uma professora bem fraquinha. Ela não durou muito tempo, ainda bem, foi substituída logo nos primeiros meses daquele ano. Como qualquer criança de 8 anos que mora longe da escola, eu dependia dos meus pais para chegar lá e, consequentemente, a pontualidade estava totalmente fora do meu controle. Só que a sem noção da professora me mandava para a biblioteca como castigo por chegar atrasada. Passei horas naquela biblioteca, feliz da vida com aquelas prateleiras entupidas com tantos livros. Aprendi com as simpáticas e solícitas bibliotecárias como retirar livros para terminar de ler em casa. Paraíso. Algo de bom em troca da humilhação de ser separada da classe como “castigo”.

Eu fui crescendo e os livros também. Lembro até hoje de livros do Sérgio Capparelli: “Os Meninos da Rua da Praia” e “Vovô Fugiu de Casa”.  Lembro de “Mamãe Não Pode Saber” e “É Proibido Chorar” do J.M. Simmel e como me identifiquei com Martin e Maria a ponto de chorar e sentir toda a solidão do mundo. Lembro de “É Tarde para Saber” do Josué Guimarães e o quanto Mariana me irritava por ser tão alienada. Lembro de ler os livros dos meus pais nas prateleiras da casa. O mais marcante foi “Risíveis Amores” do Milan Kundera que eu achei deveria ter-se chamado “Amores Trágicos”.  Nesta mesma prateleira descobri Hermann Hesse através de “O Lobo Da Estepe”. Acho que Hermann Hesse foi meu primeiro grande amor pois assim que tive a chance me deliciei com “Demian” e “Sidarta”. 

Há alguns anos atrás, o fofo do meu marido resolveu implicar comigo mostrando-se todo chocado quando soube que eu nunca havia lido Dostoievsky. Quase que contra a vontade (clássicos??? Pesadinho, não?), lá fui eu comprar “Crime e Castigo”. Preciso dizer que devorei o livro? Preciso dizer que foi um dos livros mais maravilhosos que eu já li? E lá fui eu empolgadíssima querer conversar com o marido sobre a história, o estilo, as personagens, a genialidade do autor, a angústia e o conflito que vai crescendo quase que sufocando... e sabe o que ele me diz? Que na verdade nunca leu mais do que as primeiras páginas. Azar o dele. Eu fui buscar mais Dostoievsky e li “O Idiota” e “Notas do Subterrâneo”. Maravilhoso. Para ler de joelhos!

Eu leio antes de dormir. É uma rotina que chega a ser um vício. Caindo de sono, já bati a cabeça em livros abertos sobre o travesseiro inúmeras vezes. Várias vezes já tive que reler páginas na noite seguinte por ter estado um pouco embriagada de sono na noite anterior. Não, não sei ir para a cama sem os meus livros. E eu leio de tudo, não tenho preferência por gênero e, na verdade, quanto mais simbolismo e espaço para interpretação, melhor. Não me incomoda se a história se passe num outro planeta ou numa terra com magos e dragões, se aconteça durante a guerra ou no aqui e agora. O “gênero” é apenas o veículo. Talvez o que faça a diferença, no meu caso, seja a habilidade e o talento em contar a história, o quanto o livro me transporta para um outro lugar, me hipnotiza. O quanto venha da “alma” e me convide a ver o mundo e as relações humanas por um ângulo novo. Ou quem sabe me reporte a algum lugar ou experiência que eu havia esquecido. São tantas as possibilidades, as imagens, os sonhos e pesadelos que habitam na cabeça de cada pessoa! Eu adoro poder ver o mundo através do olhar do outro. Alguns livros mexem tanto comigo que eu me pergunto, mas quem é esse autor/a, quem é essa pessoa? Porque os livros não são “filhos da macega”, alguém os escreveu e é essa a pessoa que me vem em mente, essa pessoa que soube como usar tão bem as palavras para traduzir imagens e emoções a ponto de me transportar, fazer refletir e enxergar além da minha janelinha.

Teria muito para falar desse prazer imenso que os livros me oferecem. Mas esse texto já está longuíssimo e eu nem sei bem porque estou contando essa minha viagem. Eu acho que é porque além de ser uma das coisas que eu mais amo fazer eu gostaria de saber a relação de outras pessoas com os livros.

O fato é que a vida oferece vários prazeres para todos os gostos,  como poder sentir o calorzinho do sol na pele depois de tantos dias escuros de inverno. Ou ler um bom livro na cama antes de dormir.

Mas me conta, por que você gosta de ler?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Dica de fotografia e viagem

Uma amigona minha tem um blog muito bacana onde ela escreve sobre lugares que visita. Adriana viaja pelo mundo e registra tudo através de fotografias lindas, imagens que refletem o jeito Adriana de ver as coisas: com alegria, otimismo, admiração, respeito e sentimento. Dá a maior vontade de sair viajando e tomar um banho de mundo. Só que não para ver apenas o que todo mundo vê e sim os pequenos detalhes que normalmente passam desapercebidos  na paisagem.

Aqui vai o link:

http://viagemdeadriana.blogspot.com/