domingo, 30 de novembro de 2008

Maratona

Estou destroçada, acabadaça, meu corpo inteiro está para lá de dolorido e acho que até febre eu tenho. Mas CONSEGUI, Internet! Corri uma maratona, 42 km e 195 metros, 26 milhas! Tudo bem que durante os últimos 10 km eu estava mais para me arrastando do que correndo, mas o importante é que VENI, CORRI, VICI.

A largada aconteceu às 9:20 da manhã, debaixo de chuva. A maioria das pessoas, inclusive eu, corremos os primeiros 5 km enrolados em sacos plásticos gigantes. Quando a chuva parou, nos desfizemos dos plásticos. Consegui manter um ritmo constante de 5min e 46 seg por km durante a primeira metade mas daí pra frente fui perdendo o ritmo e a corrida passou a ser um baita sofrimento. De acordo com o meu cronômetro, completei a maratona em 4:44:39 mas ainda não consegui acessar o site dos resultados para ver meu tempo oficial, provavelmente todo mundo está fazendo a mesma coisa, então a naba simplesmente não abre.

A maratona de Firenze foi muito bem organizada, não tenho do que reclamar. Foram 9000 inscritos, é muita gente! Mas agora preciso colocar as patas para cima e descansar. Estou destruída. Mesmo. Mal consigo caminhar.

Ah! Até medalha eu recebi no final, Internet.

Acrescentarei fotos e vídeos quando chegar em Londres. Nosso vôo parte amanhã cedinho.

sábado, 29 de novembro de 2008

Nervosismo pré-maratona

Chegamos ontem à noite em Florença. O vôo foi tranquilo e pontual. A cachorra é que não estava muito contente, pois enquanto eu arrumava a mala, ela estava que era uma sombra em torno de mim. Quase tropecei nela umas várias vezes, pobrezinha! Mas é apenas um fim-de-semana e o Daniele é melhor do que eu para levá-la para passear. Mesmo assim deu muita peninha de deixá-la com aquela fuça de "e eu"?


Aqui em Florença tem chovido nos últimos dias mas não está muito frio. Hoje fomos ao QG da maratona buscar o meu número e outros bagulhinhos que nos dão. Eu estou um pouco apreensiva, meio preocupada com amanhã. Será que vou conseguir cruzar a linha de chegada? Sinceramente não me importo com o tempo, calculo que se tudo der certo, completo a corrida entre 4 horas e 4 horas e meia. Se demorar mais também não tem problema. Só quero é conseguir...




Eu já deveria estar dormindo mas claro que não estou conseguindo. Vou tentar ler mais um pouco do meu novo livro que estou adorando. Chama-se "The End of Mr Y" e a autora, uma inglesa, chama-se Scarlett Thomas. Comecei a ler ontem durante o vôo e é um daqueles livros que não se quer parar de ler. Conta a história de uma escritora que encontra uma cópia usada e raríssima de um livro escrito por um cientista excêntrico da era Vitoriana. Só que parece que o livro é almadiçoado e ela, com o livro debaixo do braço, acaba envolvida em uma trama misteriosa sobre a natureza da existência e da verdadeira extrutura do universo.


É melhor eu tentar chamar o sono. Tenho um dia bem longo que me espera amanhã.


Wish me luck!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Viajando

Na hora de viajar, qual é o meio de transporte mais eficaz, confortável e prático? Provavelmente vai depender do tipo de viagem que a criatura vai fazer. Se for para dar um rolê pela Europa, com disponibilidade de tempo suficiente, a minha escolha seria um carro. Um carro decente para o feito, é óbvio, não vá querer sair pelas auto-estradas européias num fusquinha! Com um carro, pode-se escolher a rota, mudá-la à vontade, parar onde quiser e pelo tempo que quiser. O inconveniente é ter que dirigir, às vezes cansa. Mas tem gente que ADORA dirigir, então é só recrutar uma dessas pessoas.



Outro jeito de viajar pela Europa, é de bicicleta. Sim, BICICLETA! Durante o último verão, alguns membros do meu clube de corrida passaram dias estudando mapas e bolando intinerários. Ou seja, planejando uma pedalada de 1 mês com a finalidade de alcançar a Bulgária. Não me perguntem porque a Bulgária. Eu já estava invejando o estado das pernas deles na volta - duras feito rochas! - e também do grau de fitness. Já pensou? E para horror de mamãe, cheguei até a contemplar a idéia de acampar e passar até 4 dias sem banho (ela sempre se admira com esse meu lado "aventureiro", como ela diz, tentando entender a quem a filhinha pode ter puxado). Mas foi só contemplação mesmo porque não poderia deixar marido e filho virando-se sozinhos por 1 mês. Já pensou se eu volto e eles se dão conta que não precisam mais de mim? Não dá para correr esse risco! Então, sem poder ir junto, apenas acompanhei o caso. Eles partiram de madrugada no final de setembro, ou seja, final do verão. Retornaram em menos de 24 horas. Alcançaram Dover (há menos de 200 km) e resolveram voltar para casa. O motivo? Deixaram para realizar a empreitada no final do verão e já estava fazendo muito frio... Moral da história, viajar de bicicleta pela Europa não é o bicho.



Agora, se a viagem é para o Brasil, não tem muita escolha, tem que ser avião MESMO. E demora! São quase 11 horas de vôo só até São Paulo! Sem falar no aperto que é passar todo esse tempo tentando dormir nas micro poltronas da classe econômica. O cenário muda completamente se a criatura viajar na classe executiva ou primeira-classe. Deita e dorme. É só mais uma noite relativamente bem dormida num avião. No dia seguinte a pessoa está novinha em folha, pronta para os festejos. Só tem um pequeno detalhe, tem que ter dinheiro para essa extravaganza. O que não é o meu caso (então PARA de sonhar e te concentra na classe econômica).



Outro jeito é a nado. Ou, como diz mamãe, mandando consertar a vassoura. Engraçadinha, ela, não?! Mas infelizmente estes dois jeitos dariam muito trabalho, sem mencionar o frio que seria.



Então, pelamordosmeusfilhinhos, quando vão inventar o tele-transporte?



terça-feira, 25 de novembro de 2008

Que sono! Fui dormir super tarde ontem porque fiquei até as 2 horas da manhã corrigindo avaliações. Enquanto estou fazendo, confesso que até gosto, é como ler historinhas. E eu adoro crianças, elas são fantásticas, dizem cada uma! Só que ainda não terminei, hoje tem mais (tá vendo só, Claudia??? ). Isto quer dizer que: 1) meu armário continua vergonhosamente para lá de bagunçado; 2) o resto da casa também; 3) a cachorra continua imunda; 4) não vou recuperar o sono perdido tão cedo...

Continua MUITO frio. Para compensar, hoje o sol apareceu, então não está tão ruim assim. Não sou muito chegada no inverno, realmente não é a minha estação preferida. Só dá vontade de comer, dormir, comer, comer mais, dormir. Os dias são mais curtos, a maior parte do tempo é uma penumbra. Passear no parque, só se for de galochas, porque é um lodo, tudo embarrado. As árvores sequinhas, sequinhas, o chão coberto de folhas amareladas e umedecidas. Nada empolgante. O que vem muito bem nestes dias friorentos é um chimarrão e um chimarrão compartilhado, regando uma conversa fiada, é melhor ainda (onde tu andas Rachel???).





sábado, 22 de novembro de 2008

Enquanto todos dormem...

Já está bem tarde, o Rafa e o Eddie (sim, esse menino se muda para cá nos fins-de semana!) já estão dormindo há horas e o Max está "desmaiado" no sofá. Já estou quase indo para a cama também e o que me motiva não é o sono ou o cansaço, mas o livro que me aguarda.
Estou lendo "Two Caravans" de uma tal Marina Lewycka e conta a história de um bando de estrangeiros do leste europeu e da China que vem para a Inglaterra trabalhar numa fazenda colhendo moranguinhos.

É para ser engraçado e às vezes até é. É interessante a maneira como a autora descreve as percepções dos personagens em relação uns aos outros, inclusive em relação aos ingleses. Mas não estou morrendo de amores pelo livro, não. A minha relação com este livro está sendo mais "não-vejo-a-hora-de-terminar-para-começar-outro", que eu tenho esperanças, será melhor. Ainda não decidi qual será o próximo, tenho uma pilha me esperando. Mas depois dessa segunda meio bomba, espero ser mais feliz na minha escolha. Para quem não sabe, eu não sei começar um livro e não terminá-lo. Preciso ir até o fim para poder ter certeza que não vou perder nada, para poder dizer com autoridade se é bom ou ruim mesmo.

O frio chegou mesmo. Aproveitei que o Max tinha levado o Rafa para o treino de futebol e fui correr. Saí de calça comprida, camiseta de mangas compridas e luvas. Corri 10 milhas (uns 16 km?). Não senti frio durante a corrida mas no que entrei pela porta, notei que não sentia bem os meus dedos das mãos, de tão frios que estavam. Isso que eu usei luvas!

Falando em correr, a maratona acontece daqui há uma semana. Eu estou um pouco apreensiva porque nas últimas 4 semanas não tenho treinado direito. Primeiro foi uma dor estranha na canela que me fez para por uma semana e depois foi o Max que andava tão cheio de trabalho que ficou impossível para ele ficar com o Rafa. Meus treinos reduziram-se aos fins-de-semana e quartas-feiras á noite. Espero que não tenha perdido muito do meu pique com isso. Tudo o que eu quero é ser capaz de completar a maratona.


Levei a pobre cachorra para passear. Fui até o parque, ela deu aquelas corridas enlouquecidas dela, rolou na grama, correu mais e cheirou tudo e mais um pouco. Amanhã quero levá-la para passear novamente, ela passa muito tempo trancada em casa. Agora ela está dormindo, esparramada em cima do Max que continua desmaiado no sofá.


Outra coisa que preciso muito fazer é limpar o aquário do peixe. A água está tão turva que mal se enxerga o bicho lá dentro. Aliás, esse peixe é um sobrevivente! Está conosco há um ano, já quase morreu umas várias vezes, já teve ao todo 4 amiguinhos peixes, em épocas diversas, mas que deram um jeito de morrer. Esse não, esse continua firme. Admiro o peixinho.



O Rafa batizou o peixe de "The Doctor", em função do seriado do "Doctor Who". O primeiro companheiro do Doctor-peixe foi batizado de "Rose" e o segundo de "Master". Todos os nomes de personagens do mesmo seriado. http://www.bbc.co.uk/doctorwho/. Rose e Master não sobreviveram e o quarto peixe nem nome recebeu. Acho que não deu tempo, durou uns 3 dias.


Preciso colocar o Max na cama, não posso deixá-lo dormindo no sofá e meu livro me espera.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Aqui vai a minha primeira postagem.

Já vou avisando que hoje não foi um dia normal. É verdade que foi um dia tranquilo, simples e gostoso, mas um pouco fora do que acontece normalmente.

Estamos esperando por uma queda de temperatura significativa. Tem feito entre 5 e 12 graus, mas a previsão para amanhã é de 0 graus. Uma mãe na saída da escola comentou que pode até nevar. Realmente dá para sentir que está esfriando e quero só ver se a nossa calefação vai dar conta. É que o troço possui vida própria, funciona quando quer. Liga e desliga por si só umas várias vezes por dia. Não me incomodo muito com isso porque pelo menos assim não fica insuportavelmente quente e seco como acontecia antes.

Hoje de manhã fui até Notting Hill para ter a minha bela voz gravada enquanto lia um texto que explica como os aluguéis residenciais de algumas prefeituras funcionam. Trabalhinho simples mas que paga bem. Esse pessoal de uma produtora me manda um texto para traduzir para o português e depois grava a minha leitura. Editam isso num dvd com diversas opções de língua para que nenhum estrangeiro venha com a desculpa de "não entendi, não sabia!".

Aproveitei para dar uma caminhada pelo Portobello Market. fazia muito tempo que não ía para aquelas bandas, anos! Tão bonitinho por lá! Principalmente para quem gosta de antiguidades e bugigangas. No meu caso, as bugigangas. De lá fui perambular em Oxford Circus, Regent Street e Carnaby Street (quanta vitrine!). Eu e o Max nos encontramos para almoçarmos juntos. O Max escolheu um restaurante chamado "Rosso Pomodoro", que fica entre Leicester Square e Covent Garden. Bem gostosinho. Voltei para casa e fui buscar o Rafa na escola.

Falando em Rafa, fiquei super contente e orgulhosa sobre tudo o que ouvi do professor dele durante a reunião de pais no começo da semana. É muito bom saber que ele está indo super bem na escola. Tranquilizador. O professor disse que o Rafa é esforçado, dedicado e participativo, que ele concentra-se durante as tarefas e empenha-se para realizá-las bem. O professor também disse que o Rafa é bastante popular, que todos os coleguinhas querem fazer os trabalhinhos junto com ele, brincar com ele. E porque querem imitá-lo, acabam esforçando-se também! Meu filhinho...

O Rafinha é uma figura. Ontem perdeu outro dente. Já era tempo. Aquele trocinho pendurado ali na boca dele demorou para cair, rodopiava e se alojava em diversos ângulos, mas insistia em continuar pendurado na gengiva, mesmo que por um fio (que agonia só de olhar!). Pois ontem, finalmente caiu. O Rafa colocou o dentinho embaixo do travesseiro e, quando eu fui lhe dar boa-noite, me perguntou "As fadas que buscam os dentes e deixam as moedas existem de verdade ou são os pais que colocam as moedas embaixo do travesseiro? Pode me dizer a verdade, eu não fico chateado!" O que eu podia dizer? Acabei não respondendo exatamente o que ele perguntou. Num tom de brincadeira disse que era bom acreditar, porque se não a fada não vem... Eu acredito em Papai Noel até hoje, ora bolas!

Falando em fadas, é bom eu ir dar um jeito na casa porque por mais que eu queira acreditar na fada da limpeza ela não vem de jeito nenhum!